Páginas

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

A proteção de um espírito bom



Terminada a primeira fase de desenvolvimento de suas faculdades, o importante para o médium é obter a proteção de um espírito bom, adiantado, que o guie, inspire e preserve de qualquer perigo.

Na maior parte das vezes é um parente, um amigo desaparecido que desempenha ao pé dele essas funções. Um pai, uma mãe, uma esposa, um filho, se adquiriram a experiência e o adiantamento necessários, podem-nos dirigir no delicado exercício da mediunidade. Mas o seu poder é proporcionado ao grau de elevação a que chegaram, e nem sempre a sua ternura e solicitude bastam para nos defender das investidas dos espíritos inferiores.

Dignos de louvor são os médiuns que, por seu desinteresse e fé profunda, têm sabido atrair, como uma espécie de aliados, os espíritos de escol, e participar de sua missão

Para fazer baixar das excelsas regiões, esses espíritos, para se decidir a mergulhar em nossa espessa atmosfera, é preciso oferecer-lhes aptidões, notáveis qualidades.

Seu ardente desejo de trabalhar na regeneração do gênero humano torna, entretanto, essa intervenção muito menos rara do que se poderia imaginar. Centenas de espíritos superiores pairam acima de nós e dirigem o movimento espiritualista, inspirando os médiuns, projetando sobre os homens de ação as vibrações de sua vontade, a fulguração do seu próprio gênio.

O longínquo eco das regiões celestes

Conheço vários grupos que possuem uma assistência dessa ordem. Pela pena, pelos lábios dos médiuns, os espíritos-guias ditam instruções, fazem ouvir exortações; e não obstante as imperfeições do meio e as obscuridades que lhes amortecem e velam a irradiações do pensamento, é sempre um penetrante enlevo, um gozo da alma, um gratíssimo conforto saborear a beleza de seus pensamentos escritos, escutar as inflexões de sua palavra, que nos vem como longínquo e mavioso eco das regiões celestes.

A descida ao nosso mundo terrestre é um ato de abnegação e um motivo de sofrimento para o espírito elevado

Nunca seriam demasiados a nossa admiração e reconhecimento à generosidade dessas almas, que não recuam diante do contato dos fluidos grosseiros, à semelhança dessas nobres damas, delicadas, sensitivas, que, ao impulso da caridade, penetram em lugares repugnantes, para levar socorros e consolações.

Quantas vezes, em sessões de estudo, temos ouvido dizerem os nossos guias: “Quando, do seio dos Espaços, vimos até vós, tudo se restringe, se amesquinha e se vai pouco a pouco retraindo. Lá, nas alturas, possuímos meios de ação que nem podeis compreender; esses meios se enfraquecem logo que entramos em relação com o ambiente humano”.

Tanto que um desses grandes espíritos baixa ao nosso nível e se demora em nossas obscuras regiões, logo o invade uma impressão de tristeza; ele sente como que uma depressão, uma diminuição de seus poderes e percepções. Só por um constante exercício da vontade, com o auxílio das forças magnéticas hauridas no espaço, é que se habitua ao nosso mundo e nele cumpre as missões de que é encarregado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário